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HISTÓRICO

Gabriel Forgati
A Fundação de Curitiba e a primeira capela

 

      A escolha de Nossa Senhora da Luz como padroeira de Curitiba foi dos primeiros povoadores, especialmente do paulista Francisco Soares do Vale, membro de uma conhecida família de São Paulo, que teria se desentendido com o governador da Capitania e, vendo-se obrigado a fugir, veio parar nos campos de Curitiba, e depois de mandar trazer sua família, que veio acompanhada da família de Lourenço Rodrigues de Andrade e Francisco Seixas, fez morada às margens do Rio Atuba, onde já estavam assentados alguns faiscadores do ouro de aluvião (buscado nos rios e riachos). Junto do Atuba surgiu a Lenda da Fundação de Curitiba, que conta que a imagem de Maria todos os dias amanhecia virada para onde hoje é a Praça Tiradentes. Os povoadores decidiram então se mudar para a região, pedindo ao Cacique Tindiquera da tribo dos Tinguis que lhes indicasse o local adequado. O cacique, então, fincou uma vara no chão, exclamando Core-etuba (“muito pinhão”), e ali os povoadores se organizaram, onde hoje é o marco-zero da cidade, construindo uma pequena capela dedicada à Virgem da Luz dos Pinhais por volta de 1654, construída de pau-a-pique e coberta com telhas goivas, onde se venerava a primeira imagem.

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Imagem 1. A Fundação de Curitiba, segundo o imaginário do pintor paranaense Theodoro de Bona. No centro vemos, em azul, a primeira imagem de Nossa Senhora da Luz. À direita, com o cajado e o cocar, o Cacique Tindiquera. À esquerda, o que segura a imagem e as outras duas figuras imediatamente ao seu lado seriam os primeiros povoadores: Francisco Soares do Vale, Lourenço Rodrigues de Andrade e Francisco Seixas.

Acervo do Colégio Estadual do Paraná.

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      Naturalmente que essa foi uma história contada pela tradição oral para explicar a mudança dos povoadores do Atuba para a atual Praça Tiradentes. Contudo, “como é uma tradição que não se contradiz, ao contrário, completa-se com os fatos reais ocorridos com a fundação de Curitiba, deve ser reconhecida como verdadeira”. O adendo “dos Pinhais” que se faz ao título de Nossa Senhora da Luz é para celebrar sua intervenção na fundação de Curitiba, terra dos pinheirais.

      A imagem do milagre, feita em terracota (barro cozido), foi trazida de São Paulo pelos povoadores – provavelmente da família de Soares do Vale – em meados do século XVII. Ocupou o trono na primeira capelinha e hoje é parte do acervo do Museu Paranaense, desde que foi incorporada por Romário Martins em 1902. Tendo em vista as linhas modestas que formam a imagem, não dotada de grande erudição artística, é possível cogitar a hipótese que tenha sido feita em São Vicente, sendo que nessa vila morava um artesão conhecido por fazer imagens populares de barro cozido, João Gonçalo Fernandes.

Imagem 2.

A primeira imagem de Nossa Senhora da Luz, que teria levado os povoadores a mudarem seu assentamento e estabelecerem-se na atual Praça Tiradentes. Em 1902 foi incorporada ao acervo do Museu Paranaense, e hoje apresenta pouquíssimos resquícios de policromia (pintura) e está mutilada na cabeça e no braço do menino Jesus. Acervo do Museu Paranaense.

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      Naturalmente que essa foi uma história contada pela tradição oral para explicar a mudança dos povoadores do Atuba para a atual Praça Tiradentes. Contudo, “como é uma tradição que não se contradiz, ao contrário, completa-se com os fatos reais ocorridos com a fundação de Curitiba, deve ser reconhecida como verdadeira”. O adendo “dos Pinhais” que se faz ao título de Nossa Senhora da Luz é para celebrar sua intervenção na fundação de Curitiba, terra dos pinheirais.

      A imagem do milagre, feita em terracota (barro cozido), foi trazida de São Paulo pelos povoadores – provavelmente da família de Soares do Vale – em meados do século XVII. Ocupou o trono na primeira capelinha e hoje é parte do acervo do Museu Paranaense, desde que foi incorporada por Romário Martins em 1902. Tendo em vista as linhas modestas que formam a imagem, não dotada de grande erudição artística, é possível cogitar a hipótese que tenha sido feita em São Vicente, sendo que nessa vila morava um artesão conhecido por fazer imagens populares de barro cozido, João Gonçalo Fernandes.

      Segundo a tradição portuguesa, serão as câmaras municipais as principais responsáveis pela organização dos povoamentos, sobretudo no período colonial. Pode-se pensar três passos para a fundação de uma cidade: a construção de uma capela, representando a religião católica, a ereção do pelourinho, símbolo de poder, e a instalação da câmara municipal, símbolo de justiça. O primeiro passo já estava dado, pois teria sido a primeira função dos povoadores.

      O segundo passo aconteceu no dia quatro de novembro de 1668, que representa de forma mais definitiva a tomada de posse do Império Português sobre o território, por meio do Capitão-mor Gabriel de Lara, em nome do donatário da Capitania de Paranaguá, o Marquês de Cascais. O pelourinho era uma haste de madeira ou pedra, geralmente colocado no centro das praças, e que servia para castigar os criminosos. Em Curitiba ele ficava na região do Paço da Liberdade.

      O terceiro passo foi a criação de “câmara e justiça”, ou seja, a instalação da Câmara Municipal. Os “homens bons”, como eram chamados os camaristas ou vereadores, atendendo ao apelo da nascente população, em requerimento formal do dia vinte e quatro de março de 1693 assinado por Mateus Martins Leme, dentro da primeira capela, diante a imagem de Nossa Senhora da Luz e perante o Padre Antônio de Alvarenga, vigário de então, foram eleitos e tomaram posse. Segue a transcrição da “Eleição da Câmara e instalação da Vila”, de vinte e nove de março de 1693:

Memória do que acordaram os seis eleitores, o Capitão-mor, Agostinho de Figueiredo, Luiz de Góis, Garsia Rodrigues Velho, João Leme da Silva, Gaspar Carrasco dos Reis, Paulo da Costa Leme, os quais debaixo do juramento que lhes foi dado pelo reverendo padre vigário desta vila, Antonio de Alvarenga, nomearam para juízes Antonio da Costa Veloso, Manuel Soares; vereadores Garsia Rodrigues Velho, o capitão Joseph Pereira Quevedo, Antonio dos Reis Cavaleiro, e para procurador do conselho o Capitão Aleixo Leme Cabral, e para escrivão da câmara João Rodrigues Seixas; este é o nosso parecer, e como tal nos assinamos aqui – [assinado] Agostinho de Figueiredo, Luiz de Góis, Garsia Rodrigues Velho, João Leme da Silva, Gaspar Carrasco dos Reis, Paulo da Costa Leme, Padre Antonio de Alvarenga.

      Nesse meio tempo teria sido criada a paróquia. Embora de data exata de criação desconhecida, a Paróquia Nossa Senhora da Luz dos Pinhais teria sido ereta no ano de 1668. Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho (1826-1894), 9º Bispo de São Paulo, em Visita Pastoral à Curitiba em 1882, escreveu no Livro do Tombo nº 2:

Devemos supor, que a criação da Parochia, se não é anterior á da Villa, remonta á essa mesma época, Novembro de 1668; sendo, porém, certo que em Fevereiro de 1747, Curitiba era ja Parochia, e Villa, como se vê do termo de abertura feita no 1º livro do tombo pelo Vigario Manoel Domingues, e do próprio tombo escripto pelo Escrivam ad hoc, Padre Francisco de Meira Calassa; tudo por commissão do sobredito 1º Bispo, Exmo. Senhor Dom Bernardo [Rodrigues Nogueyra], que governou effectivamente este Bispado desde 8 de Dezembro de 1746 até 7 de Novembro de 1748, data do seu fallecimento.

      O Padre Arlindo Rubert, renomado escritor da história da Igreja no Brasil, também relata:

No chamado Planalto dos Pinhais, surgiu aos poucos uma povoação, que por sua distância e isolamento, foi ereta em freguesia por volta de 1668 pelo prelado [do Rio de Janeiro] Dr. Manuel de Sousa e Almada.

 

A Antiga Matriz e a segunda imagem

 

      Tendo a vila sido instalada, logo os povoadores pensarão na construção de uma igreja mais digna aos fins religiosos, sendo que por muitos anos permanecerá o templo como sede da Câmara Municipal. O local escolhido teria sido às pressas, dado o posicionamento da igreja no plano da praça. A antiga Matriz foi erguida entre os anos de 1714 e 1720, aproximadamente, feita de pedra e rebocada com barro. No dia 16 de novembro de 1720, a Câmara encomendou grande festa para a chegada da segunda imagem da Padroeira, também de terracota, mandada vir de Portugal. Quando substituída pela atual imagem, foi levada para a Lapa em 1894 por um padre que foi auxiliar na Catedral. Em algum momento do qual se desconhece a exatidão, desapareceu da matriz da Lapa, sendo reencontrada apenas em 1975 na casa de uma moradora. A Arquidiocese readquiriu a imagem e em 1981 a integrou no acervo do Museu de Arte Sacra de Curitiba.

 

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Imagem 3. Jean-Baptiste Debret, vindo ao Brasil para a Missão Artística do rei Dom João VI, passou por Curitiba e fez uma única gravura, em 1827, onde é possível ver um negro escravizado trabalhando na construção da Igreja de São Francisco de Paula (hoje em ruínas), à esquerda a fachada da antiga Igreja do Rosário, e no centro uma construção maior com uma cruz no topo do telhado: a Antiga Matriz, ainda sem as torres. Acervo de Voyage Pittoresque et Historique au Brésil.

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      Em estilo colonial português, a igreja era bem mais ampla que a anterior, porém foi inaugurada sem as torres, que só foram erguidas em 1857. Uma escolha às pressas para o terreno da igreja, e o consequente mau estudo do solo para sua edificação, teriam sido as causas principais para o estado de constante reforma que a igreja passará durante toda a sua existência. O terreno onde estava construída, um pouco à frente donde hoje fica a Catedral Basílica, reúne um conjunto de lençóis freáticos que descem do Alto São Francisco, tornando o solo úmido e pouco sólido.

Imagem 4. Provável posicionamento da Antiga Matriz no plano da praça, feito pelos estudiosos José Manoel Kozan e Iara Beduschi Kozan, do Center for Electronic Reconstruction of Historical and Archeological Sites (CERHAS) – University of Cincinnati, Estados Unidos, mediante aproximações métricas e estudos comparativos com mapas de época.

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Imagem 5. Segunda imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, hoje no Museu de Arte Sacra da Arquidiocese de Curitiba. Essa efígie, de terracota, já apresenta policromia bem evidente, ao contrário de sua antecessora. Está mutilada no braço direito e na base. A imagem do menino Jesus provavelmente não é original, pois é feita de resina e está em grande desproporção em relação à imagem de Maria.

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Imagem 6. Antiga Matriz de Curitiba, em 1870, no retorno dos Voluntários da Pátria após a Guerra do Paraguai. Acervo: Departamento de Patrimônio Cultura/Fundação Cultural de Curitiba.

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    Com a adição das torres, o risco de ruína da igreja tornou-se cada vez maior, até que em 1875 o Presidente da Província do Paraná, Adolpho Lamenha Lins, com autorização do Bispo de São Paulo, decreta o fechamento do templo. As treze imagens, os dois altares-retábulos, o Santíssimo Sacramento e a sede da Paróquia foram transferidas para Igreja de Nossa Senhora do Rosário. A procissão foi lamentada pelos curitibanos, pois haviam crescido e sido educados naquela igreja, e seus antepassados estavam ali sepultados, como era o costume da época. Logo o Presidente da Província agilizará a demolição da Matriz, que durará até 1880. As pedras da construção foram utilizadas na fundação da atual igreja e o vigamento na ampliação da Igreja da Ordem, finalizada 1881, que até então era apenas a construção mais antiga, em estilo barroco. Quando Dom Lino de Carvalho, Bispo de São Paulo, realizou Visita Pastoral à Curitiba em 1882, ordenou a transferência da matriz provisória da paróquia da Igreja do Rosário para a Igreja da Ordem.

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Imagem 6. Antiga Matriz de Curitiba, em 1870, no retorno dos Voluntários da Pátria após a Guerra do Paraguai. Acervo: Departamento de Patrimônio Cultura/Fundação Cultural de Curitiba.

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O templo da Catedral Basílica e
a terceira imagem

 

      Com projeto do arquiteto francês Alphonse Conde Des Plas, e com possíveis alterações do italiano Luigi Pucci, a nova igreja começou a ser construída em 1876. O desejo de Lamenha Lins era que a igreja ficasse pronta em três anos, mas isso só aconteceu dezessete anos depois. A constante falta de dinheiro fez com que as obras parassem por diversas vezes, por um período chegando a dezoito meses.

     Finalmente a igreja foi inaugurada no dia sete de setembro de 1893, pelo Padre Alberto José Gonçalves, que a abençoou.

Imagem 8. A Catedral e o povo acorrendo a ela no dia de sua inauguração, 7 de setembro de 1893. A fotografia, em baixo estado de conservação, é de J. G. Vasques, e pertence ao acervo da Biblioteca Nacional. Quando inaugurada, a igreja possuía pintura branca por fora, provavelmente com cal. Internamente ainda não era pintada e os vitrais eram bem mais simples que os atuais. Não se sabe se possuía mobiliário ou não.

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Até os nossos dias a Catedral será alterada sob muitos aspectos:

  • 1894: No dia 30 de setembro toma posse o primeiro bispo de Curitiba, Dom José de Camargo Barros, finalmente instalando a diocese, mais de dois anos depois de sua criação canônica (27 de abril de 1892, pela Bula Ad Universas Orbis Ecclesias, do Papa Leão XIII). De Matriz a igreja passa a ser Catedral Diocesana de Curitiba.

  • 1909: Dom João Francisco Braga, 3º Bispo, faz a sagração (dedicação) da Catedral. O templo é dedicado a Deus em honra dos Santos Apóstolos e Evangelistas pelo patrocínio de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. O sinal dessa dedicação é visível até hoje com as doze cruzes douradas no interior do templo (Apóstolos) e com as duas cruzes do pórtico central (Evangelistas não apóstolos: Marcos e Lucas).

  • 1926: O Papa Pio XI, com a bula Quum in Dies Numerus, do dia 10 de maio, eleva Curitiba à categoria de Arquidiocese. Dom João Francisco Braga torna-se o primeiro Arcebispo Metropolitano de Curitiba e a igreja passa a denominar-se Catedral Metropolitana de Curitiba.

  • 1945: Uma série de edifícios históricos ao lado da Catedral são demolidos para o alargamento da Rua Barão do Serro Azul, entre eles a casa dos padres.

  • 1930-1952: A Arquiconfraria das Mães Cristãs fica encarregadas de adquirir fundos para o aprimoramento artístico da Catedral, que consistiu na instalação dos vitrais coloridos da Casa Conrado, de São Paulo, em substituição aos anteriores, de envidraçamento opaco com temas geométricos, na instalação e disposição do mobiliário em imbuia, que sucedeu aos precedentes, de menor robustez, na  substituição das pinturas parietais feitas pelos irmãos italianos Carlo e Anacleto Garbaccio, recobrindo as anteriores, em tema neogótico de tons mais claros e amenos, nova iluminação, novo sistema de som e a eletrificação do órgão.

  • 1948: Dom Ático Eusébio da Rocha, 2º Arcebispo, inaugura o prédio anexo para ser escritório paroquial e residência dos padres.

  • 1955: O órgão da Catedral, um francês da renomada marca Cavaillé-Coll, é vendido para a Igreja Matriz de Campo Largo, a Paróquia Nossa Senhora da Piedade.

  • 1957: O novo órgão é instalado, da fábrica de João Edmundo Bohn, de Nova Hamburgo, Rio Grande do Sul. Foi inaugurado no mês de agosto, com concerto executado pelo organista e mestre-capela da Catedral, Rodrigo Hermann.

  • 1959: O piso de ladrilho hidráulico da Capela-mor (presbitério) é substituído por lajotas de mármore. Nessa reforma é descoberto o poço de água.

  • 1965: O piso da igreja, de entabuamento de cedro, é substituído por lajotas de basalto do Rio Paraná, rejuntadas com granitina, num padrão de linhas modernistas.

  • 1975-1977: Após a reforma litúrgica do Concílio Vaticano II, a Catedral sofre o primeiro processo restaurador completo. As pinturas foram recuperadas nos pontos necessários e o som reformado. Contudo, demoliu-se os altares colaterais do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora das Dores, a mesa da comunhão e o patamar de três degraus onde estava a Cátedra originalmente, na porta que vai à Capela do Santíssimo. O Altar-mor foi retirado da posição original e colocado à frente, para poder ser circundado, e em seu lugar foi colocada a Cátedra.

  • 1993: Para o centenário da inauguração do templo e tricentenário da fundação de Curitiba, a Catedral é restaurada, apenas com fins de conservação, sem alterações significativas. No dia 6 de julho, o papa São João Paulo II publica um Breve Apostólico concedendo à igreja o título de Basílica Menor, sobretudo pela majestade de sua construção, riqueza artística e importância histórica, o que a une de forma mais próxima ao Santo Padre e à Santa Sé. Passa a denominar-se Catedral Basílica de Curitiba.

  • 1995: Em outro Breve Apostólico, do dia 8 de agosto, o mesmo papa São João Paulo II oficialmente proclama Nossa Senhora da Luz padroeira de Curitiba.

  • 2010-2013: Em outro processo restaurador, a Catedral recupera boa parte das pinturas dos irmãos Garbaccio. Iluminação, elétrica, sonorização, telhados e calhas são reformados, assim como o espaço celebrativo, com a composição de novo altar, novo ambão e nova Cátedra. O Centro de Pastoral Dom Ático Eusébio da Rocha, anexo ao templo, também é todo reformado.

  • 2016: A Cátedra feita para o último restauro é doada para a Paróquia Nossa Senhora Aparecida, de Campo Largo. A anterior, de imbuia, é reposicionada no presbitério e retorna a uso litúrgico.

  • 2018: O espaço celebrativo é readequado, em virtude do perigo de ruína da mesa do altar. Para atender a essa necessidade, e para harmonizar altar e ambão com a antiga cátedra que retornou a uso, ambos são cintados com aço na altura da base e do tampo, e revestidos em parte com imbuia, artisticamente esculpida pelo artesão mineiro Ezequiel Arantes. Novo jogo de castiçais e Cruz Processional foram incluídos no projeto.

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Imagem 9. O interior da Catedral visto a partir do coro. Fotografia de Armin Henkel, do acervo da Casa da Memória de Curitiba. É possível ver as pinturas internas da Catedral da década de 1910, depois substituídas pelas dos irmãos Garbaccio. A parede de fundo da Capela-mor já estava fechada e o Vitral-mor da Coroação de Nossa Senhora instalado. Também é possível ver um dos altares colaterais demolidos na restauração de 1975-1977. 

 

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Imagem 10. Capela-mor da Catedral, antes da década de 1930. É possível notar a ausência de pintura nas paredes laterais, com exceção da parede de fundo, que hoje está recoberta. No piso vemos o ladrilho hidráulico e à frente a mesa de comunhão, espécie de balaustrada de mármore.

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       A terceira e atual imagem, que ocupa o trono central no Altar-mor da Catedral Basílica, foi feita em Portugal no início da segunda metade do século XIX. Em madeira de pinho de riga, é de qualidade e beleza artística singular. Possui ganchos nas orelhas e furos nos pulsos, para que, próximo de sua festa (a 8 de setembro), as damas piedosas adornassem a imagem com suas preciosas joias pessoais. 1889 é o provável ano da chegada da terceira e atual imagem da Padroeira. A data exata não é conhecida; porém, era essa a imagem bordada no estandarte dos festeiros, e no dia 22 de maio daquele ano foi feita uma solicitação da alfândega de Paranaguá requisitando o transporte de uma “caixa contendo imagem”.

Imagem 11. Terceira imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, com a pintura original, antes do atentado iconoclasta da década de 1970.

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       Em 10 de setembro de 1974, a imagem foi derrubada de seu trono no Altar-mor por um atentado iconoclasta. Quebrada e seriamente comprometida, a imagem foi recolhida e posta à restauração. Recortes jornalísticos da época levam a presumir que, durante esse processo de restauração, que durou cerca de um ano, a pintura original foi substituída pela atual. A antiga pintura trazia a Senhora da Luz vestida com panejamento bege, azul e rosa. Por toda pintura vislumbrava-se preciosos detalhes dourados, provavelmente em técnica que utiliza folha de ouro. Quando da entrega dos trabalhos de restauração da imagem em 8 de setembro de 1975, esta já apresentava a atual configuração.

      Na madrugada de 13 de fevereiro de 1984, a imagem do Menino Jesus trazida nos braços pela Senhora da Luz foi roubada, juntamente com duas coroas de prata que adornavam a imagem e uma cruz, igualmente em prata, para procissões. Na Noite de Natal de 1984, uma nova imagem substituiu a anterior, feita de resina e doada pelos festeiros da Igreja da Ordem, a partir de um molde disponibilizado pelo Museu do Louvre, de Paris.

Algumas datas históricas​

  • 1654: data provável da construção da primeira capelinha

  • 1668: criação da Paróquia de Curitiba

  • 1720: chegada da 2ª imagem da Padroeira

  • 1721: inauguração da Antiga Matriz

  • 1875: fechamento da Antiga Matriz e transferência da Sede Paroquial para a Igreja do Rosário

  • 1876: benção da Pedra Fundamental e início da construção da atual igreja

  • 1882: transferência da Sede Paroquial para a Igreja da Ordem

  • 1893: inauguração do atual templo

  • 1894: passa a chamar-se Catedral Diocesana com a posse do 1º Bispo.

  • 1909: Dedicação da Catedral

  • 1926: passa a chamar-se Catedral Metropolitana quando Curitiba é elevada a Arquidiocese.

  • 1980: recebe a visita do papa São João Paulo II

  • 1993: concessão do título de Basílica Menor.

Imagem 12. Imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais no chão da Capela-mor da igreja Catedral após atentado iconoclasta da década de 1970.

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Curiosidade

 

São Roque de Montpellier (1295-1327) é co-padroeiro da Catedral Basílica e da Arquidiocese de Curitiba. Sua festa tem lugar a 16 de agosto, quando não é sobreposto pela Assunção de Nossa Senhora. São Roque é invocado como protetor contra a peste e dos inválidos e cirurgiões. Vagou durante boa parte de sua vida por territórios das atuais França e Itália atendendo caridosamente leprosos e outros doentes abandonados. Na Catedral Basílica de Curitiba, uma belíssima imagem é venerada no nicho direito do presbitério.

Imagem 13. Terceira imagem de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, com a pintura após o atentado iconoclasta da década de 1970. Nessa foto traja o manto comemorativo do centenário da Catedral, doado pelo Prefeito Rafael Greca e pela Primeira-Dama Margarita Sansone, em 1993.

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